domingo, 6 de setembro de 2009

Umbanda, Umbanda

Dos braços da Piedade a Umbanda nasceu
E nas palavras de Pai Antonio se anunciou.
Amor e caridade o povo finalmente entendeu,
Quando o amigo Sete Encruzilhadas se manifestou.
Não mais o negro será afastado,
Nem o índio proibido de seu recado dar.
O baiano virará a noite dançando abraçado
Enquanto a Moça sorri a bailar.
Com os mais evoluídos aprenderemos
E suas palavras serão bálsamos para a dor,
Aos menos evoluídos ensinaremos
Mas a nenhum renegaremos amor.,
Umbanda, Umbanda...
Menina dos olhos de Oxalá!
Umbanda, Umbanda...
Filha querida da Pietá!
Em solo brasileiro, há quase cem anos atrás, nasceu a filha dileta dos Orixás, a Umbanda. Hoje muitos a conhecem, ela se espalhou, cresceu, multiplicou-se...
A mensagem dos caboclos e pretos-velhos se expandiu, chegando ao coração daqueles que silenciosamente se sentaram para ouvir suas histórias. Pontos cantados ressoam por todos os lados e as velas colorem o brilho da noite, nos simples e aconchegantes terreiros espalhados pelo Brasil a fora...
Mas poucos são aqueles que conhecem a real história da Umbanda. Poucos entendem ou viram o desabrochar dessa linda flor... Talvez, não porque nunca se interessaram, mas sim, apenas pela singela forma como a Umbanda floresceu.
As grandes almas desse mundo passaram e passarão no anonimato. Sem alardes, sem fama, sem multidões a segui-los. Homens e mulheres, que silenciosamente trabalharam por uma vida inteira, levando o estandarte da espiritualidade e do divino dentro do peito, semeando e espalhando valores elevados de consciência.
Rostos que se misturaram na multidão, mas que por onde passaram foram luz na vida do semelhante. Filhos do altíssimo, bondosos como a primavera, sempre fazendo e levando o bem aos quatros cantos desse Universo.
Pessoas despertas para o Espírito Crístico...
O nascedouro da Umbanda se mescla com essas grandes almas. Algumas vivendo do lado invisível da vida, outras, trabalhando na matéria, mas todas, congregadas na luz de Oxalá.
É delas a Umbanda, a Umbanda foi feita por elas.
Essas almas que nunca cobraram por caridade, nem mesmo esperaram receber algo, mas que sempre sorrirão de contentamento íntimo ao poder ajudar e esclarecer um pouco o próximo.
Esses pequenos gigantes de espírito, a lutar contra a intolerância e o preconceito. Esses simples "cavalos", que a ninguém renega, mas a todos dão oportunidade de se manifestarem.
Esse lindo exército de "Zés", "Antônios", "Joãos" e "Marias"...
A Umbanda foi feita assim. A Umbanda é assim! Esses amados caboclos e pretos-velhos, esses amados "paizinhos" e "mãezinhas", sempre a levarem para frente o sonho da Umbanda, são como as flores de inverno, flores raras. Brotam solitárias no frio dos tempos, tornam-se forte com as tormentas. Nem todos as vêem, poucos as conhecem, mas existe algo nelas. Uma Presença, uma Benção, uma Luz...
Muitas foram as mãos semeadoras
Que ajudaram a Umbanda florescer,
Mas a história do menino Zélio é encantadora
Todos deveriam conhecer!
Não por ego, não por idolatria, mas por respeito,
Àquele que na Umbanda foi o primeiro.
E junto do "Chefe" abriu o caminho estreito,
Por onde outros passariam, muitas vezes esquecendo o pioneiro...
Por isso, a ele esse texto é dedicado
Assim como toda essa poesia juvenil.
Uma forma de dizer muito obrigado
Por seu trabalho tão pueril!
Umbanda, Umbanda...
Menina dos olhos de Oxalá!
Umbanda, Umbanda...
Filha querida da Pietá!

Texto dedicado ao Caboclo das Sete Encruzilhadas e a seu médium, Zélio Fernandino de Morais, espíritos bondosos e amorosos, flores raras e silenciosas, a quem a humanidade tanto deve...
Fernando Sepe
Fonte: Blog do Grupo Espírita Caboclo Lírio Branco

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Saudações

Oxalá
- Epa epa Babá! (yorubá)
Epa epa(exclamação de surpresa, grande admiração pela honrosa presença); Babá (pai)
Omulu/Obaluaie
- Atoto! (yorubá)
Atoto (Silêncio) – Silêncio! Ele está entre nós!
Oxóssi
- Okê arô! (yorubá)
Okê (grande); arô (título honroso dado aos caçadores) – Salve o grande Caçador!
Oxum
- Ora iê iê ô ! (yorubá)
Salve a Senhora da bondade!
Ogum
- Patakori Ogum (yorubá) ou ainda, Ogunhê! (brado que representa o força de Ogum) pàtàki (corta); ori (cabeça) – Muita honra em ter o mais importante dignitário do Ser Supremo em minha cabeça!
Yemanjá
- Odô-fe-iaba! (yorubá)ou ainda, Odô iá!
Odô (rio); fe (amada); iyàagba (senhora) – Amada Senhora do Rio (das águas) ! Odociaba! ( Salve a Mãe de todas as águas).
Xangô
- Kawô Kabiecile! (yorubá)
Ká (permita-nos); wô (olhar para); Ka biyê si (Sua Alteza Real); le (complemento de cumprimento a um chefe) – Permita-nos olhar para Vossa Alteza Real!
Iansã
- Eparrê Oiá! (yorubá)
Eparrê (saudação a um dos raios do Orixá da decisão); Oyá (nome por que é conhecida Iansã) – Saudação aos majestosos ventos de Oyá!
Ibêji
Oni Beijada! (yorubá)ou ainda, Beji, Beijada!
Ele é dois!
Nanã
- Saluba Nanã! (yorubá)
Salve a Senhora Mãe de todas as Mães
Preto Velho
- Adore as Almas! (Adorei as Almas)
Caboclo
- Okê, Caboclo!
“Salve o Grande Caboclo”
Exú
- Laroyê exú! (yorubá) ou ainda, Exú é mojubá!
“Saudação amiga à Exú” ; móju (viver à noite) bá (armar emboscada) - Mensageiro, Exu! Exu a vós meus respeitos!
Crianças
- Oni, beijada!
“Ele é dois!” , saudação igual a dos orixás Ibeji.
Ciganos
Arriba!

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Glossário

ABÁ- Local onde se arreia trabalho.
AGÔ - Significa pedir licença ou permissão, em outros momentos em que este termo traduz perdão e proteção pelo que se está fazendo.
ALGUIDAR - Bacia de barro usada para entregas, ascender velas, deposito de banhos, entrega de comidas e defumação.
ALUÁ – Bebida oferecida aos Orixás.
AMACI - Líquido preparado com o suco de diversas plantas, não cozidas, e que tem muita aplicação na firmeza de cabeça dos médiuns. O principal banho para a o ritual da "lavagem de cabeça".
AMALÁ - Comida de Santo. Também se denomina a todo ritual que o umbandista ao manipular alimento deve dispensar atenção, amor e especial carinho, fazendo por completo a Homenagem ao Orixá.
ARUANDA - Céu, Nirvana ou Firmamento significam a mesma coisa, isto é, a moradia daquele que é Criador de todos os mundos e de todas as coisas. Plano Espiritual Elevado.
BANDA - Termo utilizado para dizer em qual linhagem está ligado a Entidade.
BATER-CABEÇA - Ritual que quer dizer cumprimentar respeitosamente e humildemente. Consiste em abaixar-se aos pés do conga(altar) ou a uma Entidade Espiritual e tocar sua cabeça ao chão, aos seus pés. Representa respeito e humildade.
CALUNGA - Cemitério
CALUNGA GRANDE - Oceano, mar.
CAMBONO ou CAMBONE - Auxiliar de Médiuns de Incorporação e o Servidor dos Orixás. O cambone é o médium que teve o necessário desenvolvimento para poder auxiliar e entender os Guias nas necessidades das sessões. Auxiliar de culto.
CANJIRA - Lugar onde são realizados algumas danças religiosas.
CANZUÁ ou CAZUÁ de QUIMBÉ - Terreiro, casa, tenda espiritual.
CONGA – Local onde está o Peji e ocorre a gira.
CURIAR- Ato de convidar a Entidade para beber.
CURIMBA - Conjunto de instrumentos musicais do terreiro. Os instrumentos que compõe uma curimba pode ser atabaques, tambor, agogôs, chocalhos, berimbau, violões, etc. Curimba é a orquestra de um terreiro.
EBÔ - Despacho. Presente para Exu. Oferta que se oferece em encruzilhadas ou em qualquer outro local.
EGUNS - Espíritos desencarnados. Almas.
GANGA – Exús.
GUTALA- Traz um conhecimento da entidade muito profundo.
HOMEM DE RUA- Exu, Homens das encruzilhadas.
HUMAITÁ-Relativo a morada de Ogum.
IMANTAR- Significa absorção, captação de bons fluidos.
JACUTÁ - Denominação de altar. Casa do santo.
JUREMÁ -Local onde todos os caboclos ficam espiritualmente.
LÁGRIMAS DE NOSSA SENHORA - Além do capim e da miçanga, assim também são conhecidas as contas de semente dessa planta para confecção de terços, guias e outros objetos.
LEBARA – Exú, no seu aspecto de “Senhor da Força”.
LÓ-Em iorubá significa partir. No caso esse partir teria um sentido de desincorporar, ir para o além, se referindo mesmo a "cantar pra subir", o ato de o Orixá ou Entidade subirem.
LODÔ – No rio.
LUME: vela
MACAIA: Folhas sagradas. Local das matas onde se reúnem os terreiros.
MACUMBA Antigo instrumento musical usado outrora nos terreiros afro-brasileiros. No que os leigos usam para denegrir a umbanda. Nome que os leigos usam para designar “despacho”de rua (pejorativo).
MANDINGA: Feitiço, encantamento, também praga rogada em voz alta.
MALEMBE- Devagar e sempre se vai ao longe, é uma expressão.
MALEME ou MALEIME - Pedido de socorro, de clemencia, de auxilo ou ajuda, de misericórdia. Podem vir em forma de cânticos ou preces pedindo perdão.
MARAFA ou MARAFO - aguardente, cachaça.
MARIWÔ – A folha da palmeira desfiada, que forra as entradas das casas de culto aos Orixás.
MATAMBA – Divindade das Tempestade, relacionada aos vendavais.
MIRONGA - Feitiço, segredo, feitiço feito pelos Espíritos Nagôs.
MISTIFICAÇÃO - É o mais importante dos casos do falso espiritismo, pois constitui um recurso muito empregado por falsos médiuns, ou pessoas de má fé, com a finalidade de auferirem vantagens pecuniárias e aumentarem sua fama e sua vaidade.
PEJI- Altar
PEMBA-Espécie de giz de diferentes cores que é usado para traçar desenhos mágico-religiosos e de caráter invocatório. E mais freqüentemente empregado nos ritos de umbanda.
PERNA DE CALÇA ou CALÇUDO- Significado homem na linguagem dos guias.
PITO- Cigarro, Cachimbo (pretos-velhos), Charuto
PONTEIRO-Pequeno punhal utilizado em magias e diversos rituais.
PORANGA – Belo, bonito
OBATALÁ- Céu. Abóbada celeste. Deus
OBRIGAÇÕES - Festas em homenagem aos Guias ou Orixás. São também as determinações feitas aos médiuns ou consulentes pelos Guias com o objetivo de auxilio ou como parte de um ritual do desenvolvimento mediúnico.
OBSSESSOR - Espírito perturbador ou zombeteiro que prejudica as pessoas.
ODÉ - Oxossi mais velho.
OGÃ - Auxiliar nas sessões do terreiro. Ogã pode ser um protetor de Terreiro ou como um Chefe das Curimbas. Ambos tem o mesmo grau hierárquico.
ORI – Cabeça.
OTÁ - pedra ritual, elemento e objeto sagrado e secreto do culto.
QUARTINHA- Vasilhame de barro ou louça.
QUEZILA, QUEZÍLIA ou QUIZILA - Aversão, antipatia, repugnância, alergia a alguma coisa.
TATA- Grau hierárquico mais elevado.
SAMBORE-Também vem do Cabula e do Omolokô = samba = é pular com alegria = momento de grande energia onde as sambas do Cabula e do Omolokô - pulavam com alegria - Sambore, pemba de angola - quando risca o ponto, canta o ponto para a firmeza dos trabalhos.
SARAVÁ– Salve ou Viva. Na Umbanda paulista, Saravá também é utilizada como uma saudação possuindo o sentido de "Salve sua força!", da Força de Deus e da Natureza que estão dentro da pessoa, como no mantra indiano, o Deus que tem dentro de mim, saúda o Deus que tem dentro de você.
ZAMBI- (Nzambi) O Deus supremo.

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Prece a Zambi

Pai Zambi, criador de nossa Aruanda e do espaço em que vivemos onde chamamos de terra, poderoso é vosso nome e grande é vossa misericórdia, e em nome de Oxalá recorremos a vós, nesse momento, para pedir a benção para nosso caminhar rumo a sua Vontade. Que vossa Divina Luz incida sobre mim e meus irmãos.
Com vossas mãos retire todo o mal, todos os problemas e todos os perigos que estejam em nosso caminhar.
Que as forças negativas que nos abatem e nos entristecem se desfaçam ao sopro de vossa Benção.
O vosso poder destrua todas as barreiras que impedem o nosso progresso rumo a sua Verdade.
E de Aruanda vossas virtudes penetrem em nosso espírito, dando paz, saúde e prosperidade. Abra Zambi, os nossos caminhos. Que nossos passos sejam dirigidos por vós para que não tropecemos em nossa caminhada.
Agradecemos em nome de Zambi, de todos os Orixás e dos Espíritos de Luz que nos acompanham..
Assim seja.

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